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DERICK E EDUARDO PELO REPÓRTER

UBIRAJARA GALLI

Foi justamente na minha última ida a Pires do Rio, em fevereiro passado, conversando e jogando cerveja para dentro, com o amigo de infância Roberto Gago, Pedrinho e Junão que recebi o convite para irmos a um bar de frente à praça central, onde teria apresentação de música ao vivo. Preventivamente Pedrinho me disse:
Bira, eu sei que não é o seu estilo, a sua preferência musical. O que você vai ouvir lá é som sertanejo, de uma dupla de piresinos que começa a fazer sucesso.  Antes que Pedrinho justificasse alguma coisa mais, levantei-me da mesa e disse:
vamos logo para lá, meninos Gleydison Batista Siqueira (Derick), e Alcemir da Luz Carlos Filho (Eduardo) é muito bom para a natureza musical em que eles atuam.  Depois de ouvir várias músicas, disse aos meus amigos que eles estavam escrevendo naquele palco o início de uma história que tinha tudo para dar certo.  Colegas de sala de aula, num estabelecimento de ensino público em Pires do Rio, eles se conheceram e começaram a cantar nos intervalos das aulas. Depois de ouvir os bons palpites de amigos e parentes, resolveram formar dupla, sem, no entanto, perceberem que essa decisão era algo sério, e não uma brincadeira de adolescentes para viver descontraidamente momentos musicais.  Na sequência, tornaram-se ídolos na comunidade estudantil, vieram os festivais, shows nas cidades circunvizinhas e a gravação do primeiro CD.  Aos 23 e 22 anos, respectivamente, Derick e Eduardo são solicitados, a cada dia mais, viajando Goiás a fora, estado-irmão, Tocantins, Minas Gerais, Mato Grosso e São Paulo. 
Goiás tem uma tradição longínqua e nacional de revelar talentos, desde a chamada música de raízes para agora a sertaneja, com todas as suas metamorfoseadas vertentes. Se tivemos a dupla Leandro e Leonardo que da colheita de tomates colheu fartas caixas leguminosas de reconhecimento do seu talento, na lavoura musical brasileira, quem sabe agora é vez de Derick que era frentista de posto de gasolina e Eduardo que era lanterneiro de oficina mecânica de abastecerem, desamassando, cuidando bem do carro que o destino deles colocou-lhes de portas abertas à frente deles e lhes disse: entrem!  A bordo desse carro chamado talento, eles têm uma estrada muito congestionada para ser percorrida e que poucos conseguem transitá-la com êxito. E daí? Vocês têm a minha torcida, movida pela minha intuição que diz que também vocês podem fazer parte da estatística desses poucos.

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